Kaula é a corrente específica do tantrismo associada ao Kularnava Tantra. O Kularnava Tantra é provavelmente o mais importante texto adotado pela escola tântrica Kaula e direciona sobre os modos pelos quais um adepto do Kaula deve se preparar para a busca espiritual mais elevada. Aborda aspectos de ética, religião, filosofia e yoga, orientando o praticante através de rituais, repetição (japa), mantras e práticas devocionais. Discute também que tipo de pessoa está preparada para seguir o caminho do Tantra, assim como os requisitos e a responsabilidade do guia espiritual.

 

Mais especificamente, esse texto está associado à corrente Kaula do Sul da Índia, em Kerala, que adota como principais escrituras: Kularnava Tantra, Maha Nirvana Tantra, Tantraloka, Sakthi Tantra e Tantra Manchiri.

 

A palavra sânscrita "kula" significa grupo ou família. No âmbito filosófico, representa uma unidade espiritual. Quando adotada no contexto tântrico, costuma ser interpretada como o grupo de praticantes, a família espiritual formada por eles. Alguns autores interpretam "kula" como a unidade que está implícita em todos os seres do universo, que pode ser identificada com Shiva ou com a Grande Deusa indiana.

 

Os líderes das seitas Kaula recomendam aos seus adeptos que ultrapassem os tabus e as regras sociais, como um meio para atingir a libertação espiritual. Outras correntes tântricas, como o Shaivismo de Kashmira, são mais moderadas, recomendando o respeito às normas éticas e sociais.

 

Os conceitos básicos da tradição Kaula são: os de pureza, sacrifício, liberdade, guia espiritual e coração.

 

Nessa tradição, nenhum objeto ou atividade é considerado impuro em si mesmo. A pureza ou impureza de qualquer coisa depende da atitude da pessoa. A única impureza absoluta é a ignorância, e o conhecimento é sempre puro. 

 

A doutrina Kaula considera que o eu individual (aham) é constituido por oito elementos: os cinco sentidos, a mente (manas), o ego (ahamkara) e a sabedoria (buddhi). O coração é o centro no qual esses oito elementos são unificados formando um Kula, e onde se encontra a realidade mais sagrada, onde a pessoa encontra a consciência (Cit) e a beatitude (Ananda). Este é o lugar onde se unem Shiva e Shakti.

 

Um dos métodos mais importantes para obter a liberdade é deslocar a consciência para o coração que se torna o centro do ser, em uma prática denominada Kechari Mudra. Essa prática significa na doutrina Kaula, a habilidade da consciência de se mover livremente (charati) dentro do espaço (kha) do coração. Identificando-se com a consciência pura, o praticante reconhece Shiva como a realidade suprema. As práticas relacionadas à consciência são explicadas em textos como Vijñana Bhairava Tantra, Spanda Karikas e Shiva Sutras.

 

Como outras escolas tântricas, a doutrina Kaula adota uma atitude de aceitar todo tipo de ação como válida para a transformação espiritual. Assim, a sexualidade, o amor, a vida social e as artes podem ser considerados como veículos espirituais. Tudo o que é agradável, prazeroso, pode ser integrado à prática tântrica. No entanto, a finalidade não é o prazer em si mesmo, mas a utilização de caminhos agradáveis para a transformação espiritual.

 

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O QUE É TANTRA?

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O Tantra é um sistema de desenvolvimento humano que floresceu na Índia há mais de 5.000 anos, antes de religiões como o hinduísmo e o budismo serem instituídas. Seus ensinamentos estavam ao alcance da maioria até que alguns setores da população começaram a fazer mau uso de algumas técnicas, fingindo dominar e controlar outras, então os professores decidiram restringir esse conhecimento a alguns iniciados que foram escolhidos com cautela.

 

 

Na época, esses professores também anunciaram que chegaria um momento na história da humanidade em que ela estaria pronta novamente para receber o poder que vem com esses ensinamentos antigos. Tudo parece indicar que este tempo é Agora (no final do que é conhecido como a era da Kali Yuga) porque esse conhecimento se espalha cada vez mais do Ocidente para o resto do mundo, incluindo a Índia.

 

 

Isso significa que as técnicas que nos permitem nos reconectar com nosso ser autêntico são reabertas, resgatando nossa inocência original, nosso estado de Ser antes de começarmos a receber todo o condicionamento que vem com nossa formação, com nossa adaptação ao mundo em que vivemos.

 

 

Portanto, a primeira mensagem é: "O Tantra nos permite abraçar totalmente e recuperar nosso eu autêntico."

 

 

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Tantra contempla que todo o universo é uma gigantesca e complexa rede, multidimensional de energias. 

 

Tantra nos traz a expansão da consciência, de uma forma fluida, para que enxerguemos além da rede de ilusões, Maya, nos libertando da total ignorância.

 

Tantra não é um caminho repleto de negações e de total rigidez. Utiliza a experiência direta, a experiência da vida do dia a dia, através de um caminho muito fluido, muito natural, onde não se nega o prazer, a felicidade, a plenitude. Contempla que tudo deve ser experenciado de forma total, deve ser vivido intensamente, de forma plena, apenas assim, pode-se sublimar níveis inferiores de consciência e alcançar níveis mais elevados. Tudo, então, vai se integrando harmoniosamente, os véus que encobrem ilusões vão aos poucos caindo, um a um, e a real liberdade vai se apresentando.

 

Texto: Sandra Anaki

 

Tantra fala sobre libertação, moksha, a transcedência do fenômeno de existir, a transcedência do tempo, causa e espaço. O Tantra nos permite experimentar a vida como um intenso fluxo de graça e beleza. Cada vez que nos permitimos experenciar, acessamos cada vez mais intensamente o poder criativo que há dentro de nós. É um caminho que nos permite viver e amar em nossa capacidade máxima, sentindo o sabor do infinito.

 

Nada tem a ver com religião, mas, é um caminho para o Divino.

 

É um caminho que nos permite derrubar uma a uma nossas limitações e condicionamentos, nos revelando pouco a pouco nosso ser puro, nossa verdadeira essência.

 

Tantra não é sobre sexo, Tantra é para a vida.

 

Ao contrário de outras práticas que veem o corpo como algo pecaminoso, aqui ele é tido como o templo da sua alma. Tudo começa por ele, ele é a base para qualquer transformação.

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

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Tantra envolve a VIDA, mais do que uma filosofia, é mais até mesmo do que dizer, a própria filosofia na prática. Tantra é o caminhar para a libertação. 

 

Tantra nos traz o ensinamento de que tudo é sagrado, exatamente tudo é sagrado. Toda e qualquer noção de "impureza" é dissolvida no caminho. Um caminho que nos guia à unicidade.

 

Toda nossa realidade material, a cosmovisão tântrica enxerga como sendo animada pela energia feminina divina conhecida como Shakti. Um desafio aos tradicionais papéis das mulheres, traz o feminino sublime, repleto de poder, totalmente selvagem e sedutor. Um feminino que pode ser destruidor e, ao mesmo tempo, gigantescamente maternal, assim como na representação de deusas, como Durga e Kali, com seus aspectos guerreiros de destruição e infinitamente amorosas e repletas de compaixão, como só as grandes mães são. 

 

O Tantra explica que a fonte de Shakti de todos nós, está ali adormecida na base da nossa coluna, a kundalini. Representada como uma serpente, a Kundalini se conecta à uma rede de canais de energia, denominados de nadis e à centros de energia, que damos o nome de chakras.

 

O foco do trabalho através das práticas tântricas, que incluem as respirações (pranayamas), meditações, podendo ser ativas ou passivas, massagens, rituais, dentre outras práticas, é o despertar da energia Kundalini e que seja possível, apresentar um caminho à expansão de consciência e libertação. Por meio da experimentação, as práticas tântricas são planejadas para direcionar energias universais para o praticante, como uma forma de se libertar da ignorância e do sofrimento, fazendo cair os véus ilusórios e permitindo uma unificação com o Divino.

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

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TRATADOS TÂNTRICOS - SHIVASHAKTI

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Com o início das codificações literárias de alguns dos antigos tratados tântricos, transmitidos anteriormente somente pela tradição oral, a estrutura filosófica e prática do tantrismo adquire maior transparência. De forma simplificada, podemos abordar o tantrismo hindu através de três perspectivas: filosófica, comportamental e técnica. No aspecto filosófico, o tantrismo baseia-se em especulações que apontam o processo de criação universal como responsabilidade da Energia Primordial conhecida como Shakti. Este termo sânscrito é traduzido literalmente como "poder", mas representa também o princípio dinâmico que atua na produção de toda a matéria que compõe o universo e de tudo que nele existe. Também é sinônimo da consorte, feminino e mulher. A contraparte filosófica, de Shakti é conhecida pelo termo Shiva. Este é o Princípio Primordial estático, impotente perante o poder de Shakti, mero espectador no processo criador, sinônimo do consorte, masculino e homem. Para o tantrismo, Shiva e Shakti são um. Um sem o outro é Shava (cadáver), eles só existem em função de si mesmos. A dualidade é apenas aparente, uma distração de líla (jogo, ou brincadeira) da Grande Mãe (Kulakundaliní) para se divertir e dar continuidade aos ciclos cósmicos da existência (samsára).

 

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SHIVA é a consciência pura, o observador ilimitado, imutável, o princípio masculino, também, o consorte de Shakti.

 

 

SHAKTI é o princípio feminino, a própria manifestação, a natureza, todo movimento, mudança, a energia da criação de tudo que há, o princípio maternal, abundante, o calor, a nutrição, o amor maior, também, a consorte de Shiva.

 

 

Onde houver energia, onde um poder estiver ativo, lá está Shakti a trabalhar.

 

 

Outros termos que usamos para os princípios masculino e feminino, são Purusha e Prakriti, respectivamente.

 

 

Purusha, então, é a luz e o objeto iluminado é Prakriti.

 

 

A tela vazia, branca é Purusha, na qual Prakriti projeta seu colorido filme.

 

 

Purusha e Prakriti são manifestações de uma consciência divina única, faces da mesma moeda.

 

 

O princípio primordial foi dividido na criação e a dualidade passou a existir nas nossas vidas, ao mesmo tempo existe uma força poderosa e constante a esforçar-se para reunir-se à outra parte.

 

 

A criação, a ação e o movimento, só podem surgir, quando Shiva e Shakti (Purusha e Prakriti) se combinam. A energia sem estar repleta de consciência é totalmente desordenada, ignorante, não há qualquer direcionamento, ela é totalmente cega. Sozinha, ela nada pode criar ou movimentar. E, tão pouco a consciência sem energia, pode algo fazer. Porque, sozinha, a consciência, está adormecida, é um poder totalmente dormente, não pode ser causa de coisa alguma.

 

 

Assim, Shakti sem Shiva é incapaz de conduzir-se a agir. Assim também, Shiva sem Shakti, é incapaz de criar qualquer coisa.

 

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

 

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Ardhanarishvara é uma divindade andrógina composta por Shiva e sua consorte Shakti, representando a síntese de energias masculinas e femininas. De acordo com muitas escrituras, tudo neste Universo é originário de Ardhanarishvara e volta para Ardhanarishvara após a conclusão da sua vida. Esta visão é apoiada por muitos argumentos. 

 

Os textos de Samkhya afirmam que existem duas distintas eternas fundamentais: Purusha e Prakriti. Prakriti tem três qualidades: sattva (pureza ou preservação), rajas (criação) e tamas (escuridão ou destruição). Quando o equilíbrio entre estas qualidades é quebrado, o ato de criação começa. A qualidade do Rajas leva à criação. Portanto, Purusha e Prakriti não podem existir independentes um do outro. Eles devem existir juntos e em harmonia para criar. 

 

 

Ardhanarishvara personifica a dissolução das estirpes sectárias e a adoção de uma visão de mundo mais holística, todas abraçadoras. Ardhanarishvara significa "a totalidade que está além da dualidade", que Deus está além da classificação de homem e mulher. Ele unifica todas as dicotomias do Universo. Representa dois modos de vida conflitantes necessários para a criação da vida. Portanto, nenhum pode existir sem o outro.

 

 

KUNDALINI

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A Kundalini é uma energia adormecida dentro de nós, na base da nossa coluna, enroscada como uma serpente. É a energia do cosmos que existe dentro de cada um, é a energia da nossa consciência, da nossa alma. 

 

Quando conseguimos ativar nosso sistema glandular e nosso sistema nervoso, e estes são combinados para se criar um movimento ou fluxo no fluído espinhal e uma sensitividade nas terminações nervosas, o cérebro começa a receber sinais e os integra. Quando conseguimos que este fluxo seja constante, é como se estivéssemos despertando de um longo período que estivemos dormindo. Ao despertarmos a nossa kundalini, vamos nos tornando conscientes das nossas capacidades criativas. A percepção é de uma claridade imensa, onde vamos cada vez mais ganhando consciência e esta consciência nos dá o poder da escolha, que por sua vez nos dá a real liberdade. 

 

É quando pouco a pouco vamos nos distanciando da realidade imaginária e vamos nos aproximando dos nossos reais propósitos, vamos desenvolvendo uma expressão viva espontânea, vibrante com toda a vida, e a certeza de fusão com o universo.

 

A ascensão da energia Kundalini é o caminho para a liberação. É o desenroscar da consciência Divina, é quando percebemos que a realidade Divina está dentro de cada um de nós.

 

A descida da kundalini é o caminho da manifestação. Os chakras se abrem nesta descida. E assim que os chakras se abrem, a nossa essência é consolidada em nosso caráter, nossos dons são integrados em nossos comportamentos e ações. Nossos talentos se tornam uma parte prática em nossas vidas. O que nos referimos como manifestação aqui são as vibrações que é uma tradução aproximada do termo sânscrito Caitanya. Caitanya (Desperto) é a força integrada de nosso ser.

 

 

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MEDITAÇÃO

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A meditação é um salto, da mente para o coração e, em última instância, do coração para o ser. Você irá cada vez mais fundo, lá onde os cálculos terão que ser deixados para trás, onde toda a lógica se tornará irrelevante. Não será possível levar sua esperteza para lá. Na verdade, a esperteza não é a verdadeira inteligência. A esperteza é um substituto pobre para a inteligência. Pessoas inteligentes de fato não precisam ser espertas: são inocentes, não precisam ser astuciosas. Funcionam a partir de um estado de não-saber.

 

A meditação levará você a um estado de completo vazio. Mas aqueles que chegarem ao vazio da meditação imediatamente perceberão que também atingiram a completude de Deus. O vazio de si mesmo é a completude de Deus, este é seu outro aspecto. Você se torna nada e subitamente uma grande plenitude desce sobre você - você está transbordante, preenchido por Deus. Ao tornar-se vazio, você se torna espaçoso, torna-se um hóspede para o grande visitante.

 

Mas se você ficar calculando o tempo todo, movendo-se cuidadosamente, não poderá tornar-se nada. Como deixar de lado tudo em troca de nada?

 

Estou aqui para lhe falar sobre os caminhos, as formas, a alquimia que lhe permitam transformar o ordinário no extraordinário.

 

Fique sozinho consigo mesmo.

 

Mergulhe cada vez mais fundo em seu ser. 

 

Divirta-se consigo mesmo, ame a si mesmo. Então, aos poucos, você perceberá que uma grande alegria está crescendo, sem nenhuma causa externa. Isto é seu próprio Ser, seu próprio florescer. Isto é meditação. Sentado, em silêncio, sem fazer nada, a primavera virá e a grama crescerá sozinha. Você verá essa grande alegria crescendo em você sem qualquer motivo. Divida essa alegria, espalhe-a para os que estão a seu redor. Nesse momento, sua caridade estará dentro de você. Não será apenas uma forma de atingir um objetivo, ela terá um valor intrínseco.

 

Osho


 

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Na meditação, repentinamente, vê que pode se mover em duas direções: ou horizontal, ou vertical.

 

 

Na linha vertical toda estupidez simplesmente desaparece. Você se torna tão leve, tão sem peso, simplesmente como uma flor de lótus: ela está dentro da água, mas a água não a toca. Você permanece no mundo, mas, o mundo já não tem qualquer impacto em você. Pelo contrário, você começa a influenciar o mundo, não com seu esforço consciente, mas só por seu Ser puro: sua presença, sua graça, sua beleza. Na medida em que cresce internamente, isto começa a se espalhar ao seu redor. Isto tocará pessoas que tem um coração aberto e fará pessoas terem medo - aquelas que tem vivido com um coração fechado, com todas as janelas, todas as portas fechadas. Estas não virão se contactar com uma pessoa assim. E, para se convencerem do porquê de não estarem vindo entrar em contato com uma pessoa assim, elas encontrarão mil e uma desculpas, mil e uma mentiras. Mas o fato básico é que elas estão com medo de serem expostas. O homem que está movendo verticalmente se torna quase um espelho. Se você se aproximar dele, você verá a face real sua, você verá a feiúra sua, você verá sua contínua ambição, você verá a sua vasilha de pedinte.

 

 

Na linha horizontal, somente pedintes existem, porque eles estão se apressando por mais, e porque o 'mais' não pode ser preenchido. É intrinsecamente impreenchível.

 

 

O que é a linha vertical? É ser menos, menos e menos, até o ponto de vazio total, ao ponto de ser ninguém; imensamente feliz com sua pureza interna de esvaziamento, porque somente o vazio pode ser puro; aquele que é absolutamente contente com sua nudez, porque somente o nada pode estar em sintonia com o Universo. Você não é mais um ego, o seu "eu" desapareceu. Mas isto não significa que você tenha desaparecido. Ao contrário, no momento em que o seu "eu" desaparece, você aparece. É um êxtase tão grande estar sem o sentimento de "eu", sem pedir por mais coisa alguma. Você tem o nada. Neste nada você se tornou, sem conquistar, o Universo inteiro. O sol, lua e as estrelas e todo o infinito do espaço e do tempo está dentro de você... o que mais você quer?

 

 

Osho

 

 

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Meditar nos permite a sublime experiência de mergulharmos no Divino, nem que seja por alguns momentos.

 

 

Por estes momentos, independente de quanto durem, você e Deus, sois um só, não há qualquer divisão, há unidade.

 

 

Então, quando meditar, se proponha a estar lá por inteiro, coloque seu coração, deixe que toda sua mente mergulhe profundamente no Divino e logo perceberá que em cada momento, não há qualquer divisão, há sempre uma comunhão entre você e Deus.

 

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

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Principalmente para nós, ocidentais, relacionar o ato de fazer amor à meditação, pode, inicialmente, provocar à alguns, certa estranheza.

 

A verdade é que se abordarmos o ato de fazer amor como uma experiência mística, ele se torna uma forma de yoga ou meditação. 

 

 

Durante um ato de amor, entre duas pessoas que verdadeiramente se amam, a mente é totalmente absorvida na experiência direta deste amor.

 

 

E esta experiência preenche o ser no nível físico, psíquico, mental e espiritual.

 

 

Uma das chaves para transformar a abordagem comum que damos a sexualidade em uma experiência sublime, mística e elevada é permitir-se, pouco a pouco, libertar dos pensamentos habituais durante o ato de fazer amor. Mesmo que estes pensamentos habituais inicialmente venham, apenas não se apegue a nenhum deles, assim como vieram, libere-os.

 

 

 

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O CORPO

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O homem foi condicionado contra o corpo. Foi dito por todas as religiões que, se você quer se tornar espiritual, você tem de tornar-se anticorpo. Se você quer alcançar o outro mundo, você tem de renunciar a este mundo. Todo o esforço no passado foi o de torná-lo tão pouco vivo quanto possível. E o seu corpo é um fenômeno de tamanha beleza! Ele é você. Ele é a sua circunferência e, se você negar a circunferência, você não pode jamais encontrar o centro dela. O centro é o seu ser; ele não é contra o corpo. Ele não pode sobreviver sem o corpo por um único momento; o corpo é o nutrimento dele".

 

Osho

 

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O corpo é o primeiro passo.

 

 

A porta de entrada.

 

 

O Tantra nos mostra uma linguagem nova. Nos mostra como nosso corpo se comunica conosco, como ele fala conosco.

 

 

E nosso corpo fala o tempo todo. Mas, a cada instante o silenciamos.

 

 

Quando ele grita e a dor ou doenças aparecem, nem pensamos em ouvi-lo, logo nos assustamos e a primeira coisa que fazemos é tentar silenciá-lo.

 

 

Então, que possamos ouví-lo mais.

 

 

Que possamos respeitá-lo mais.

 

 

Quais memórias seu corpo registra?

 

 

O que há de bom registrado nele?

 

 

O que há de ruim registrado nele?

 

 

O que é realmente seu e pode ser guardado?

 

 

O que já está mais do que na hora de jogar fora?

 

 

Há algum lixo acumulado aí dentro?

 

 

O lixo sempre ocupa espaço, a ponto de não existir espaço para novas e boas sensações, não há espaço para o novo. O lixo acumulado preenche nosso corpo com baixas vibrações e vibrações mais altas chocam-se com elas o tempo todo e quando isso acontece, logo nos assustamos e nos retraimos.

 

 

Mas, nosso corpo, também, guarda valiosos tesouros e você sabe quais são eles?

 

 

Apenas trazendo tudo para fora, conseguiremos olhar e separar o que fica e o que deve ir.

 

 

O Tantra traz a tona tudo que precisa ser visto e este é o primeiro passo que nos leva a entender esta linguagem esquecida, esta conexão perdida com nosso corpo, com nosso coração. Nosso corpo é a porta de entrada no caminho do coração.

 

 

O caminho até o coração só pode ser percorrido por você. Os segredos, as maravilhas que há lá é unicamente você que pode descobrir ... sentir ... Os tesouros que ali existem você descobre sozinho.

 

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

 

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TANTRA É AMOR

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Um toque de amor, com total atenção e presença sempre terá o potencial de transformar, de despertar, de direcionar à cura, ao renascimento.

 

 

Então, quando tocar o corpo de uma pessoa, tenha total respeito por aquele corpo, mais do que apenas técnicas que tenha aprendido, procure olhar para aquela pessoa, seja ela conhecida ou não, pouco importa. Importa colocá-la dentro do seu coração, permita que ela entre, permita que ela tenha seu lugar nele. Ame-a totalmente. Ame profundamente esta pessoa. Permita que ela seja a sua prioridade, mais do que você mesmo e suas próprias dores corporais, emocionais e de alma. Por este tempo, apenas a pessoa que está sendo tocada importa.

 

 

Ame-a pela graça dela ter permitido seu toque. Ame-a mais ainda por ela ter confiado na sua energia. Ame-a infinitamente por ela confiar em você. Ame-a de forma pura e incondicional, por ela permitir-se estar tão vulnerável diante de você, que talvez, ela esteja vendo pela primeira vez e mesmo assim sentiu confiança para despir-se, não apenas o corpo, mas, o coração, a alma, a ponto de tirar diante de você, todas as máscaras, lhe mostrar como verdadeiramente é, apresentar tudo que por vezes, até dela mesmo escondia ou desconhecia.

 

 

Seu toque deve transmitir toda sua imensa gratidão por esta maravilha, este milagre divino, de mais do que aplicar técnicas que tenha aprendido, ter a possibilidade de sentir a energia do outro, suas necessidades, suas dores e todo potencial que pode ali ser despertado.

 

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

 

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O amor tem a maior força curativa do mundo, nada é mais profundo do que o amor. Ele cura não apenas o corpo, não apenas a mente, mas, também a alma. Se alguém pode amar então todas as suas feridas desaparecem, em seguida a pessoa se torna um com o todo, e ser inteiro é ser sagrado.Se alguém não é inteiro, não é sagrado. A saúde física é um fenômeno superficial. Isso pode acontecer através da medicina, pode acontecer através da ciência. Mas, o núcleo mais profundo do seu ser pode ser curado somente através do amor. Aqueles que conhecem o segredo do amor sabem o maior segredo da vida. Então, não há miséria para eles, não há velhice, nem morte. Claro que o corpo vai se tornar velho e o corpo vai morrer, mas o amor lhe mostra a verdade, que você não é o corpo. Você é pura consciência, você não nasceu, nem morreu. E viver no estado de pura consciência, é viver sintonizado com a vida. Felicidade é o resultado do viver em sintonia com a vida.

 

Osho

 

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Não temos nada além do amor.

 

 

Sem amor, nem uma gota sequer se transformaria em pérola.

 

 

Não temos antes, princípio nem fim.

 

 

Ontem já se foi o seu conto contado. Hoje novas sementes estão crescendo.

 

 

E você tem dentro de você, sementes de amor crescendo, mais amor do que você jamais poderia entender.

 

 

Então, a tarefa não é buscar o amor, mas apenas procurar e desfazer todas as barreiras dentro de si mesmo que você construiu contra ele.

 

 

E as sementes do amor desabrocharão e quando isso acontecer saberá, porque louco é o amor que gritará: Colhe-me, colhe-me, colhe-me

 

 

Texto: Adaptação dos textos de Rumi, por Sandra Anaki (Deva Yasha)

 

 

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A massagem tântrica proporciona ganhar consciência do corpo vivo, fora do controle mental.

 

 

Inicia-se com uma massagem sutil, como uma dança, as mãos seguem em movimentos fluidos, muito leves e lentos. Impossível não abandonar-se nesta dança. Quanto mais lentidão, mais difícil será manter-se mentalmente no controle.

 

 

Como um instrumento musical, o corpo inteiro é tocado, inclusive a região genital.

 

 

A respiração é sempre primordial.

 

 

Por vezes ocorrem estremecimentos, seguidos de um grande relaxamento, como se couraças se desprendessem. O corpo torna-se vibrante novamente e nisso descobrimos que podemos viver em um estado de bem estar, totalmente despreocupados com sua duração, podemos relaxar, podemos sentir. Isto tudo torna cada vez mais difícil manter meras construções mentais.

 

 

Tudo o que é supérfluo, que nos bloqueia e nos impede de alcançar o bem-estar na presença de seu corpo irá sendo anulado.

 

 

A massagem tântrica nos proporciona ganhar consciência de comportamentos automatizados de nossa existência, que levamos inclusive para nossas relações amorosas e sexuais.

 

 

É encontro com nosso corpo vivo, sem mente. Um caminho que nos conecta com o coração e através do qual, vamos nos tornando conscientes da nossa liberdade, do nosso amor, do nosso prazer, do nosso êxtase e da nossa plenitude.

 

 

Texto: Sandra Anaki (Deva Yasha)

 

 

 

POMPOAR E SAHAJOLI

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Contrações conscientes e rítmicas da yoni (região genital feminina) contribuem para o bom fluxo de sangue e energia prana para os órgãos genitais, essencial para todo o equilíbrio hormonal do corpo. Já no início, até mesmo com exercícios mais básicos é possível que a praticante perceba diferenças, na energia que flui em seu corpo e, também, experenciando novas e agradáveis sensações. O desenvolvimento trará à praticante um profundo autoconhecimento, além de uma nova consciência sobre si, seu corpo, sua energia, seu potencial e sobre tudo que a rodeia. 

 

 

Os exercícios mais básicos podem ser praticados em qualquer tempo livre que a praticante tenha e em qualquer lugar. Porém, acredito que o efetivo resultado e que cada experiência seja potencializada, quando a praticante se permite reservar um tempo para si e caminhe ganhando uma consciência cada vez maior, que tais exercícios não se resumem à apenas meras contrações feitas com a musculatura circunvaginal, que lhe proporcionarão apenas benefícios físicos, fisiológicos, hormonais ou até mesmo, benefícios para sua vida sexual, ou para seus relacionamentos, mas, sim, que estas práticas a guiará à uma conexão profunda com seu corpo, seu coração, sua voz interior, sua essência. Os momentos que a praticante se dedica totalmente e que efetivamente está presente à realização da prática, costumo dizer que são momentos que a praticante tem a honra de entrar em contato com seu próprio Divino, de conectar-se às forças da natureza, ao seu feminino selvagem, de conectar-se aos aspectos do feminino que guarda em si, toda a sua sabedoria e a possibilidade de sentir pulsando e vivo todo seu verdadeiro potencial, a força do seu amor e compaixão, que transborda em seu coração. Naturalmente e de forma fluida, a prática, sublima as sensações prazerosas e benefícios físicos, fisiológicos, hormonais, sexuais, emocionais que desde o princípio proporciona e é perceptível e de repente, torna-se um caminho repleto de revelações sobre o que há de mais profundo, verdadeiro, autêntico e sagrado em ti.

 

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

 

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No corpo da mulher existe um ponto de concentração de energia, localizado no Muladhara Chakra, fisicamente, fica atrás da abertura uterina. Neste ponto, tempo e espaço podem se unir e eclodir na forma de uma intensa e transformadora experiência, que denominamos de despertar. A continuidade desta intensa experiência ocorre com o desenvolvimento da energia em um ponto muito específico. Um ponto de energia feminina sagrada é Sahajoli. É a concentração no bindu. 

 

 

Sahajoli é um Sadhana, um caminho da prática, que engloba atividades diárias, das mais básicas às mais sublimes, capazes de resgatar tudo que há de Divino em nós, nossa alegria, nosso poder, nossa capacidade de nos curarmos e então, de servir aos outros. As origens do Sahajoli são as mesmas dos Tantras, Yoga e dos Vedas. Surgiu nas sociedades matriarcais, e seus ensinamentos eram passados pelas mais experientes mulheres às mulheres mais jovens, antes mesmo de atingirem a puberdade, abrindo-as ao resgate dos ritmos naturais, fluidos, harmonizando a vida interior, os hábitos cotidianos aos ciclos do universo.O desenvolvimento deste Sadhana nos traz a percepção clara deste ponto específico, denominado bindu e cada vez mais estaremos abertas a um orgasmo mais e mais nutritivo, expansivo e sublime. O pontapé inicial deste Sadhana, é trabalhar com a contração e relaxamento da musculatura circunvaginal e depois, avança-se no Sadhana, com foco na concentração da atenção e energia no bindu.Sahajoli é resgatar toda a Divina sabedoria guardada no seu próprio corpo.

 

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

 

MAITHUNA OU SEXO TÂNTRICO

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Maithuna ou sexo tântrico, é a parte final de uma longa cerimônia, dividida em cinco partes, o Ritual Pañchamakára ou 5Ms.

 

No Ritual Pañchamakára ou 5Ms, menciona-se os cinco ítens proibidos: o vinho (madya), a carne (mámsa), a cópula sexual orientada (maithuna), o peixe (matsya), e os grãos tostados (mudrá), com o objetivo de sublimar a atitude dos aspirantes espirituais frente à estes itens e assim realizar a união de Shiva e Shakti no interior de cada um.

 

A plenitude, o êxtase mais alto possível através da sublimação do que é mal visto ou proibido. 

 

A transformação de todo prazer e gozo mundano em um meio de auto-realização.

 

Uma transformação profunda, que passa pelo prazer sim, mas, observando a cada passo, que este não deve ser o prazer do ego. 

 

Ali naquele abraço, naquela união, já não há a união mundana entre um homem e uma mulher, ali estão unidos Shiva e Shakti ... ali está o Divino ... ali há Deus.

 

A queda das falsas distinções de bem ou mal, do puro ou impuro, do bom e ruim, com a consciência que tudo está encoberto por um véu, que tudo é ilusório e egóico. A verdadeira libertação. 

 

Em Kaulavalinirnaya, o Ritual Pañchamakára ou 5Ms é descrito como um ritual onde todos os homens se vertem-se em Shivas, a carne do porco transforma-se em Shiva ... todas as mulheres vertem-se em Devis, Deusas, o vinho transforma-se em Shakti.

 

Os Tantras enfatizam que o maithuna, o verdadeiro maithuna só deve ser feito por aquele praticante que não tem mais medos, dúvidas, luxúria, deve ser ele, aquele que chamam de herói (vira).

 

 

Sandra Anaki

 

 

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Os métodos tântricos são usados ​​para criar a união entre Shiva e Shakti, sendo a energia Kundalini o componente mais importante, visto que é a energia mais poderosa do corpo, aquela que é capaz de promover a iluminação espiritual. Originário da glândula kunda, localizado no osso sacral (parte inferior da coluna), o Kundalini ativado circula para cima e para baixo através dos canais da coluna e através de cada chakra. Na cultura tântrica, a energia kundalini é representada por uma serpente, tradicionalmente considerada Shakti ou energia feminina enrolada na base da espinha e dos órgãos sexuais. Quando o Kundalini é ativado pela energia sexual, ou energia Shakti, a serpente se desenrola e se move para cima em direção a Shiva, a energia divina do sétimo chakra da coroa; quando Shakti e Shiva se unem ali, a Kundalini desce novamente e traz Shiva com ele (consciência). A união estática da consciência masculina e da energia feminina inspira plenitude e liberação em todas as formas.

 

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ASPECTOS DO FEMININO

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O feminino selvagem não segue fórmulas

 

 

Nossos caminhos não mais são calculados, sequer, podem e devem ser planejados

 

 

Nem todas as vezes acertamos

 

 

Aceitamos apenas seguir um único mestre ... nossos próprios corações, há pouco ressuscitados

 

 

Não preenchemos mais expectativas

 

 

Não criamos mais expectativas

 

 

Aqui, tu podes simplesmente ser, como realmente és, sem máscaras, sem rótulos, aqui pode mostrar-se

 

 

Aqui, se queres dançar conosco, venha, dance

 

 

Aqui, se queres conosco cantar, apenas cante

 

 

Aqui, podes fazer o que quiser ... porque já compreendemos que tu és único(a), belo(a) como és e não precisa ser ou agir igual aos outros

 

 

Somos aquelas que resolveram abrir as janelas há muito escondidas por grossas cortinas

 

 

Somos aquelas que decidiram trocar seus pés por enormes asas

 

 

Somos aquelas que decidiram percorrer o belo e surpreendente caminho do amor

 

 

Somos a energia primordial

 

 

O princípio feminino

 

 

Somos filhas da Grande Mãe

 

 

À ela nossa reverência, nossa honra, nossa gratidão

 

 

Somos mulheres

 

 

Somos Shaktis

 

 

Texto: Sandra Anaki (Deva Yasha)

 

 

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O rompimento com nosso feminino selvagem, com nossos instintos naturais, nos enfraquece, nos limita e acabamos por nos desconectar totalmente de quem realmente somos de verdade.

 

A separação com a nossa alma se torna cada vez maior. Nossa essência fica cada vez mais e mais distante e sufocada. E, esta separação está longe de guardar algo de belo. Pagamos um preço muito alto. Nem o que possa haver de mais maravilhoso é o suficiente para suprir um feminino, que está distante do seu lado selvagem. Um feminino não desperto, se mantém infantilizado, ferido, enfraquecido, vitimizado, apegado e por vezes, muito maldoso. 

 

 

Apresentar nossa "feminilidade" frente aos outros, nos ajustando ao modelo que nos é cobrado externamente, nos torna artificiais, ficamos infelizes, não somos muito mais que mortas vivas e desenvolvemos impulsos para sermos amadas de uma forma nada bela e que em nada está relacionado com um amor maior, puro e verdadeiro.

 

 

Ao contrário, vamos cada vez, ficando mais e mais longe dele. 

 

 

De tudo que entendemos sobre o amor, que é ainda muito pouco, isso é tudo que não é amor, é o que há de mais feio, porque é pouco amoroso, este é seu pior uso, este é o uso nada bonito que nós mulheres, podemos fazer do que chamamos amor.

 

 

Sandra Anaki

 

 

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Vem mulher ...

 

 

És tu, eu e cada uma das nossas irmãs

 

 

Tens dentro de ti a capacidade de curar-se

 

 

Tens dentro de ti um amor gigantesco, capaz de transmutar toda e qualquer dor

 

 

Ama-te primeiro e olha quão grande realmente és

 

 

Reverencie e honre tua força, tua energia

 

 

Ahhhh tua energia ... esteja consciente que tua energia cria tudo que há ... que tua energia tudo movimenta

 

 

Sinta a potência do amor que ai reside há tempos

 

 

Sinta-se inebriada pela grandiosa compaixão que há em ti

 

 

Tua natureza já é boa, generosa ... recorde

 

 

Vem irmã ... juntemos nossas forças, formemos agora uma grande teia repleta do mais sublime e verdadeiro amor

 

 

Agora somos capazes de perdoar ... Somos capazes de verdadeiramente acolher e honrar este Masculino até então, inconsciente, que agora, também, começa a despertar ...

 

 

Sim, agora, já é chegada a hora

 

 

Recorda-te que és energia criadora, organizadora e libertadora

 

 

Vem irmã ... estamos a sua espera

 

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

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Maa Durga traz uma forma diferente de enfrentar as batalhas e todas as dificuldades e "demônios" internos e externos, introduz na luta um contato pessoal. Nos seus confrontos utiliza suas próprias mãos. Existe nela, a disponibilidade de estabelecer contato, de tocar, de lidar com o oponente dentro de um campo de maior proximidade e envolvimento.

 

 

Durga e Kali têm elementos comuns. Ambas surgem da agressividade e com a finalidade de lutar e subjugar um "demônio" que se mostrava, até então, invencível.

 

 

Durga introduz nas suas lutas aspectos de sedução e encantamento.

 

 

Kali acrescenta a capacidade de abrir-se para a ferida do outro, para a essência, representada pelo sangue, e, assim, ultrapassa a simples polarização e exclusão do "inimigo" ao incorporá-lo em si própria por sua absorção.

 

 

Nas fotos de Mahakali, ela é vista a dançar no peito de Shiva que está deitado no chão. Significa que é do peito de Shiva que se manifesta todo entusiasmo e toda sua energia. Se Shiva não alcançar tudo isto, ele continua a ser uma mera testemunha sem manchas. A sua tarefa combinada à de Shiva cumpre suas missões como Avatares. Em um fluxo elétrico, um poste é positivo e o outro poste é negativo. Se este equilíbrio não existe, o arame queima e o objetivo da potência não é alcançado.

 

 

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Oração à Grande Mãe Durga

 

 

Grande Mãe Querida

 

 

Me curvo diante de ti, oh Deusa conquistadora e removedora das trevas.

 

 

Vem aliviar os problemas da nossa existência, Mãe

 

 

Vem destruir a escuridão e a negatividade

 

 

Eu me curvo diante de ti oh Grande Mãe

 

 

És tu que derrota os demônios, pequenos e grandes, internos e externos

 

 

Nos dê, agora, a benção da criatividade

 

 

Conceda-nos agora, a sua forma de libertação

 

 

Conceda aos seus filhos o bem estar, remova qualquer hostilidade de nossos caminhos Oh Grande Mãe Durga, destruidora de egos, eu me curvo diante de ti

 

 

Conceda à nós a suprema felicidade, nos livre de doenças e que tenhamos boa fortuna

 

 

Oh Deusa, Mãe Querida, conceda-nos a real libertação e a real prosperidade suprema

 

 

Vem, Mãe Querida, com sua grande equipe, destruir o egoísmo e os demônios que permeiam nossos pensamentos

 

 

Oh Grande Deusa Mãe

 

 

Me curvo diante de ti

 

 

Mostre a todos o que verdadeiramente é o amor

 

 

Mostre a todos o que verdadeiramente é sentir amor Grande Mãe Querida! 

 

 

Nos mostre tudo que apenas você é capaz de nos mostrar!

 

 

Me curvo diante de ti

 

 

Te honro Grande Mãe

 

 

Te reverencio Mãe Querida

 

 

Te agradeço!

 

 

Jaya Maa Durga!

 

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

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Maa Kali é uma das mais adoradas Deusas no hinduísmo e uma das mais difíceis de descrever. 

 

Ela é uma divindade multifacetada com muitas formas e tantos nomes. Ela é uma das mais poderosas e cósmicas Deusas no hinduísmo. 

 

 

Ela é a Deusa que liberta almas. 

 

 

Ela é a Mãe da Língua e todos os Mantras. 

 

 

Ela é a Protetora Divina e destruidora de demônios. 

 

 

Ela é a massa negra primordial da qual toda a vida surgiu. 

 

 

Ela é Shakti. 

 

 

Ela é uma SELVAGEM. 

 

 

Ela é Kali Maa

 

 

Ela é a Deusa Cósmica. 

 

 

O nome dela significa tanto Tempo quanto Trevas. Seguidores de Tantra sugerem que Kali é a realidade mais alta, e que Brahma, Vishnu e Shiva (a Trindade Hindu masculina) todos surgiram dela. Ela é uma Deusa Tripla; ela é uma Deusa Criadora, Preservadora e Destruidora, tudo em uma só. Como Criadora, ela é o útero do qual tudo foi criado. Como Preservadora, ela é Mãe e nutridora de todos os que lhe são dedicados. Como Destruidora, ela é aquela que te liberta do ciclo cármico de nascimento, morte e renascimento. 

 

 

Kali é mais frequentemente retratada no seu papel de Destruidora, mas, Kali é acima de tudo, uma Deusa Criadora-Mãe que deu à luz ao Universo e todas as suas criaturas. Tudo é dito para evoluir de Kali e tudo se resolverá novamente nela. Ela é simultaneamente "útero e túmulo". Ela é considerada a massa primordial da qual toda a vida surge. Ela é matéria escura, energia escura e O big bang, tudo enrolado. A sua forma física é dita como coberta no espaço; é por isso que ela tem uma pele azul / negra e muitas vezes nua. Ela é cósmica e infinita, portanto, nenhuma roupa pode cobri-la. Ela é a mãe da língua e de todos os mantras. Diz-se que o som primordial OM "foi a grávida Kali esfregando a barriga enquanto ela deu à luz ao Universo". 

 

 

Jai Kali Maa

 

 

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Oração à Kali

 

 

Grande mãe Kali

 

 

Senhora de todas as mudanças, de todas as transformações

 

 

Senhora da destruição

 

 

Senhora do tempo

 

 

É tua energia que aflora em nós, toda a potência da nossa raiz mais selvagem

 

 

É tua energia que trás a tona nossa força para promover qualquer mudança, qualquer transformação e destruir cada uma das nossas ilusões

 

 

Amada Mãe Kali

 

 

É tua energia que aflora em nós, o gigantesco amor e compaixão que apenas a Grande Mãe tem

 

 

Grande Mãe Kali, venha, em toda sua ferocidade e com todo grandioso amor e compaixão que tens, guiar-nos neste caminho de transformação, dissolvendo o próprio tempo e cada uma das formas

 

 

Venha e nos apresente seu ciclo, de vida, morte e renascimento

 

 

Venha e elimine todos os véus que nos impedem de enxergar o que em nós precisa ser destruído, para a criação do novo

 

 

JAI MAHA KALI

 

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

MASTURBAÇÃO E ORGASMO

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RESPIRAÇÃO CONSCIENTE

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A respiração é uma das principais chaves do Tantra.

Infelizmente, grande parte do tempo, respiramos de forma muito mecânica e automática.

 

E ainda, temos hábitos nada saudáveis, quando estamos ansiosos e estressados, de prendê-la, tornando-a pesada e impedindo que o prana, nossa energia vital, circule livremente pelos nossos corpos. 

 

 

Aprender a respirar de forma consciente, é o primeiro e um dos mais importantes passos neste caminhar que o Tantra propõe. 

 

 

Os benefícios da respiração consciente para o corpo são imediatos, e muito facilmente perceptíveis, desencadeia o frescor em cada célula do nosso corpo, vem aliviando todo e qualquer tipo de ansiedade e estresse, mas, as maravilhas proporcionadas por esta importante chave do Tantra, a respiração consciente, vão além. Ao nos tornarmos conscientes da nossa respiração, ficará cada vez mais fácil perceber e observar, também, o quanto nos movemos inconscientemente na nossa própria vida, o quanto de mecânico e automático há em nossas escolhas e em todo nosso caminhar.

 

 

A respiração consciente vai abrindo um caminho para acessarmos e nos conectarmos cada vez mais profundamente com a nossa energia vital, com nossa energia de criação, com nossa energia da vida, nossa energia sagrada, a Kundalini. Vamos conhecendo-a melhor, entrando em contato com este potencial ainda tão desconhecido.

 

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

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AGAMAS E NIGAMAS

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Os textos escriturais de Tantra estão dispostos geralmente em forma de diálogos entre Shiva e Parvati. 

 

Os diálogos onde Shiva é o palestrante dando ensinamentos espirituais e Parvati (Shakti) é a ouvinte são chamados de textos de Agama. 

 

A palavra Agama significa aquilo que veio à nós como conhecimento revelado, esses textos são chamados de manuais de adoração divina. Os Agamas não aceitam nem rejeitam os Vedas, no entanto, os Agamas usam o conhecimento revelado dos Vedas (por exemplo, mantra) quando aplicável para práticas apropriadas. 

 

Existem três tipos de Agamas:

 

Vaishanava Agamas - adorar e considerar Vishnu como o supremo 

 

Shaiva Agamas - adorar e considerar Shiva como o supremo

 

Shakta Agamas - adorar e considerar a Mãe Divina (Shakti) como a suprema 

 

Shaiva e as tradições Shakta dos textos Agama são baseadas principalmente nos diálogos entre Shiva e Shakti, comentada no início. Cada um está desempenhando um papel de professor e aluno. Então, é dito que quando Shiva, como professor, revelou o conhecimento a Shakti, é chamado Agama, mas quando Shakti, como professora, revelou o conhecimento a Shiva, isso é chamado de Nigama, e também é referido como Tantra.

 

A palavra Nigama pode ser bem confusa, se for usada de maneira védica ou tântrica. Nigama é entendida como a verdade mais elevada, portanto, os Vedas são conhecidos como Nigama. Até mesmo as sentenças do comando contidas nos Vedas são chamadas de Nigama. Nigama, também, significa a verdade ou conclusão final depois de aplicar toda a lógica para contrariar todas as objeções. No entanto, lembrando que no mundo tântrico, quando Shakti, como professora, revela o conhecimento à Shiva, também é chamado de Nigama, o que causa a confusão com o uso dessa palavra. 

 

Resumidamente, então, podemos dizer que Agamas são aquelas revelações que defendem os caminhos da prática espiritual enquanto o Nigama são as tradições que descrevem as formas de ações (karma), prática espiritual e conhecimento. 

 

Agamas e Nigamas estão inclusos nos textos Shruti, cânon de escrituras hindus, incluem os Vedas, os Brahmanas, os Áranyakas e as treze primeiras Upanishads.

 

 

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SHIVA SHAKTI A POLARIDADE SAGRADA

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Shiva e Shakti são personificações das grandes potências do Yoga que refletem as realidades e energias mais elevadas que estão por trás, e além, de todas as forças universais. São as manifestações da consciência divina onde o todo é constituído por duas forças contrárias mas complementares. Como Yin e Yang, eles representam a dualidade por trás de todas as energias do universo. Essas energias estão presentes em nossos mundos internos como estão no cosmos externo: como refletido no aforismo:

 

 

" Tão acima, tão abaixo, tão dentro, tão sem, como universo, tão a alma "

 

 

Shiva e Shakti podem ser vistos como as divindades orientadoras do yoga que nos oferecem o poder de transformação e libertação. Eles são o grande Deus e Deusa; também conhecidos como Mahadeva e Mahadevi. Importantemente, eles não são apenas princípios abstratos, mas sim os arquétipos da Yoga dentro de nós. e pode nos oferecer uma perspectiva sobre a nossa realidade pessoal.

 

 

Shiva, o Divino Masculino, representa consciência; e Shakti, o Divino Feminino, representa o poder ativo e a energia. Shiva e Shakti representam as principais forças de cortesia na natureza, incluindo mente e emoção, montanhas e vales, o sol e a lua, fogo e água e todas as outras inúmeras variações dentro de um mundo dualista.

 

 

**CONTINUA**

 

 

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Shiva e Shakti existem como potenciais pessoais dentro de nós, bem como as potências cósmicas fora de nós, em todos os níveis de consciência, desde o macro até o micro: yang e yin, masculino e feminino; constante e mudança dinâmica; consciência e felicidade; estabilidade e transformação; ser e tornar-se. Juntas essas energias se completam.

 

 

Parvati vai para a montanha e por centenas de anos celestes ela dedica-se à sua prática de yoga. O fogo da sua yoga começa a penetrar nos mundos superiores. Shiva em sua meditação começou a sentir o calor, e lembrando a beleza de Parvati, ele sentiu sua inabalável devoção à ela. Ele reconheceu que a meditação solitária tem a sua própria alegria, mas, ele foi acordado para a felicidade que vem da sua união com Parvati.

 

Os ensinamentos do yoga surgem das conversas espirituais entre Shiva e Parvati. Na sua felicidade e amor, de um pelo outro.

 

 

Jai Shiva Shakti

 

 

 

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No tantra falamos sobre a fusão de shiva e shakti, masculino e feminino. Ambos fundem-se em um só. Isso significa muito mais do que unicamente o contato do sexo de ambos. Significa que ambos terão a oportunidade de se aprofundarem em uma experiência nunca antes vivenciada. A possibilidade de vivenciarem algo mágico, divino, onde ambos se despem das camadas de tudo que acham que são, para se perceberem fundidos a algo muito maior, cósmico. A possibilidade de terem um vislumbre dos seres verdadeiros e puros que são, suas essências e como manifestações do divino, sem quaisquer máscaras, definições ou rotulagens.

 

Uma abertura a todas as sensações possíveis, sem tabus, sem crenças que possam limitar, sem pressa, sem objetivar chegar a algum lugar, ou finalizar algo. Imersos nessa atmosfera, o contato genital mais íntimo, é apenas parte e jamais fim.

 

 

A possibilidade de perceberem seus corpos, como não percebidos antes. Mais do que isso, a possibilidade de perceberem nos seus corpos, como ambas as almas vibram, como que em sinal de celebração desta união.

 

 

Envoltos neste ambiente, ambos passam por profundos e intensos processos de transformação em cada aspecto da vida. Afinal, sempre que imersos nesta atmosfera, há a possibilidade de um pequeno vislumbre do êxtase e conforme caminhamos, acabamos por trazer ou pelo menos por querer trazer o êxtase para o nosso dia a dia.

 

 

O caminho não é apenas um campo de flores. Ambos terão a oportunidade de abrir-se ou não para este algo mágico ainda não vivenciado. Se ambos vibrarem o mesmo, que ótimo! Caso contrário, respeitam-se as escolhas e o tempo de cada um. Sem esquecer que o caminhar de cada um é individual e principalmente sem esquecer de sentir o que vibra em seu coração sobre seu próprio caminhar.

 

 

Um caminho sem expectativas, repleto de maravilhamento, beleza, sutileza, amorosidade, compaixão e gratidão, mas, que requer coragem, para transpor todos os medos, traumas, bloqueios, todas as vibrações negativas acumuladas por vidas em nossos corpos, além de estar atento às armadilhas criadas pela mente.

 

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

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As práticas meditativas nos apresentam o caminho da presença, a possibilidade de estarmos totais momento após momento. Sem qualquer julgamento, sem qualquer apego. A cada passo, mais fácil será escaparmos e não nos perdermos nos labirintos e armadilhas criadas pela mente.

 

 

Permitem vivenciarmos o agora com uma profunda entrega, em conexão e total sintonia com tudo, com o ambiente que nos cerca e principalmente conosco mesmos.

 

 

Nos direcionam a criação de raízes muito fortes, onde nos nutrimos da abundância de amor e energia oferecidas graciosamente e incondicionalmente pela nossa Mãe Criadora de tudo que há.

 

 

A meditação não é algo complicado, porque nos guia a um estado natural de presença, no qual estamos abertos a verdadeiramente enxergar e observar o que quer que venha, cada sensação, cada pensamento, cada emoção. Tudo é acolhido amorosamente, o que precisar vir terá a oportunidade de alguma hora aparecer, mas, não se persegue nada, é fluir sem expectativas, sem prender nada e fluir sem deixar-se prender a algo.

 

 

Ter a oportunidade de trazer as práticas meditativas para intensificar e tornar a conexão com o outro mais profunda e repleta de magia e beleza é a possibilidade que ambos terão para abrir-se à formação de um ambiente onde a total espontaneidade impera, é a oportunidade de ambos estarem em sintonia profunda, completamente alinhados energeticamente, caminhando passo a passo à integral vulnerabilidade, uma verdadeira e real entrega emocional, natural, fluida, sem objetivos, sem classificações. Culpas, julgamentos, desmerecimento, não fazem parte deste ambiente. Tudo que vibra negativamente vai sendo dispensado e não compõem esta atmosfera, onde ambos se permitem sentir a cada momento, todo o mix de sensações possíveis, fluindo sem esperar nada e tendo tanto a seu dispor.

 

 

Nesse momento onde ambos estão vazios de todas as expectativas é quando tudo pode acontecer, o orgasmo onde todo o corpo nutre-se e vibra em êxtase é tão apenas o vislumbre e a doce fragrância de tudo que ainda está por vir.

 

 

Texto: Sandra Anaki

 

 

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A verdadeira e real intimidade somente acontece quando existe um ambiente de união interior entre as pessoas.

 

E para que este ambiente exista, quer dizer, principalmente, que estas pessoas estão abertas e dispostas a largar pelo caminho todas as expectativas que esperam que os outros atendam, todas as imagens que projetam dos outros, as idealizações, e até mesmo, que estejam dispostas a abandonar seus próprios conceitos sobre certo ou errado, válido ou inválido e antes de tudo, que estas pessoas estejam dispostas a voltar sua observação de forma sincera e honesta sobre si mesmos(as), percebendo-se em cada passo, como por vezes somos egóicos e como por vezes nos voltamos apenas para nós mesmos(as) em qualquer tipo de relação.

 

Obviamente a vida com isso tudo acontece e é possível, os relacionamentos neste caso, existem, mas, são irreais, frios, sem vida. É como um passo a passo para a morte.

 

No Tantra não há uma escolha certa ou errada. Um caminho válido ou inválido, tudo é um caminho, cada experiência um aprendizado. Desde que o sentimento de liberdade esteja presente, estamos nos movendo, dançando, não estamos parados, paralisados, presos ou amarrados em algo que nos impede de nos movimentarmos. Nesse caso, o que vier, bom ou ruim é o caminho, tudo é o caminho certo.

 

Tudo é muito fluido quando falamos sobre Tantra e, por isso, há tanto respeito pelo tempo de cada um. E mesmo assim, é possível tantas profundas transformações, capazes de mudar toda a realidade de uma pessoa.

 

Quando seguimos por este caminho um universo repleto de possibilidades abre-se diante de nós, para trazer todas as maravilhas, surpresas, toda a magia do inesperado, do sutil, do Divino.

 

Texto: Sandra Anaki

 

SUTRA SATCITANANDA

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Sat é a experiência total, o total estado do ser, sem rótulos, características, classificação ou identificação, apenas se é. Cit significa a consciência pura e infinita, o que não é o mesmo de dizer que é a mente consciente. Existe uma inconsciência maior, a consciência do nada, sem objeto, sem qualquer direção e a mente consciente é tão somente um fragmento dela. Ananda é o êxtase, a felicidade suprema, sem qualquer resquício de infelicidade, sem qualquer possibilidade da infelicidade surgir e ter de ser apaziguada, não há qualquer tensão rodeando a felicidade. Êxtase é o ponto médio, que transcende totalmente os dois extremos, a altura da felicidade extrema, e o abismo da tristeza, do pesar.

 

Satcitãnanda é apenas um vislumbre, é o máximo que pode ser expressado, dito e o mínimo que pode ser experimentado da realidade suprema e definitiva, origem e a base do universo, a causa de tudo que existe, o grande êxtase, a experiência mais pura e infinita. Após, não há fim, apenas início para o inexplicável.

 

 

A mente logo se esquece que Satcitãnanda é apenas a fronteira, a expressão, tão somente o que pode ser dito, o vislumbre e transforma o vislumbre em realidade, exigindo-a, desejando-a, cercando de doutrinas, teorias, métodos, técnicas e se fecha e esquece-se do presente, do aqui, do agora, de se tornar consciente, de manter as portas abertas para exatamente tudo que possa ou não acontecer, de manter as portas abertas para o que está próximo, mas, que de tão próximo, nossos olhos não conseguem alcançar.

 

 

**CONTINUA**

*Compêndio traduções/interpretações por Sandra Anaki (parte)

 

 

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Sat é a experiência total, o total estado do ser, sem rótulos, características, classificação ou identificação, apenas se é. Cit significa a consciência pura e infinita, o que não é o mesmo de dizer que é a mente consciente. Existe uma inconsciência maior, a consciência do nada, sem objeto, sem qualquer direção e a mente consciente é tão somente um fragmento dela. Ananda é o êxtase, a felicidade suprema, sem qualquer resquício de infelicidade, sem qualquer possibilidade da infelicidade surgir e ter de ser apaziguada, não há qualquer tensão rodeando a felicidade. Êxtase é o ponto médio, que transcende totalmente os dois extremos, a altura da felicidade extrema, e o abismo da tristeza, do pesar.

 

Satcitãnanda é apenas um vislumbre, é o máximo que pode ser expressado, dito e o mínimo que pode ser experimentado da realidade suprema e definitiva, origem e a base do universo, a causa de tudo que existe, o grande êxtase, a experiência mais pura e infinita. Após, não há fim, apenas início para o inexplicável.

 

A mente logo se esquece que Satcitãnanda é apenas a fronteira, a expressão, tão somente o que pode ser dito, o vislumbre e transforma o vislumbre em realidade, exigindo-a, desejando-a, cercando de doutrinas, teorias, métodos, técnicas e se fecha e esquece-se do presente, do aqui, do agora, de se tornar consciente, de manter as portas abertas para exatamente tudo que possa ou não acontecer, de manter as portas abertas para o que está próximo, mas, que de tão próximo, nossos olhos não conseguem alcançar.

 

**CONTINUA**

*Compêndio traduções/interpretações por Sandra Anaki (parte)

 

 

SHAKTISMO / SHAKTA

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O Shaktismo é uma denominação do Hinduísmo que concentra a sua adoração em Parvati, a Divina Mãe hindu, assim como suas várias manifestações, como Durga e Kali, e outras Deusas como Lakshmi e Saraswati, consideradas formas diferentes da mesma Divindade. Juntamente com o Shivaismo e o Vaishnavismo, faz parte das primeiras escolas do Hinduísmo.

 

Os adeptos do Shaktismo entendem Devi, "a Deusa" como o próprio Brahman Supremo, "o único", e considerando todas as outras formas de divindade, femininas ou masculinas, como manifestações.

 

 

Em relação à sua filosofia e prática em particular, o Shaktismo lembra o Shivaísmo. No entanto, os praticantes Shakta do Shaktismo, concentram a grande parte da sua devoção à Shakti, que representa a energia ou poder; e Prakriti, que significa matéria, ambos aspectos femininos da Divindade na visão do Shaktismo. Shiva, o lado masculino da divindade, é considerado exclusivamente transcendente, representando o conceito de Purusha (que significa Espírito) e a sua adoração tem um papel de apoio.

 

 

As raízes do Shaktismo têm origem na Índia pré-histórica. Desde a primeira imagem conhecida da Deusa no paleolítico, há mais de 22.000 anos, até ao aperfeiçoamento do seu culto na Civilização do Vale do Indo, passando por um obscurecimento parcial durante o período védico, e posterior rejuvenescimento e expansão na tradição sânscrita clássica, tem sido sugerido que, de muitas formas, "a história da tradição hindu pode ser vista como um reaparecimento do feminino.

 

 

Através da sua história, o Shaktismo inspirou vários trabalhos da literatura sânscrita e da filosofia hindu e continua a influenciar profundamente o hinduísmo atual. O Shaktismo não só é praticado em todo o subcontinente indiano mas, também em outras regiões, de formas diversas, tanto tântricas como neotântricas, no entanto, as duas maiores escolas são a Srikula, com forte implantação no Sul da Índia e a Kalikula, na região Norte e Leste do país.

 

 

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Shakti significa poder ou energia e, na tradição do Shaktismo, poder ou energia é considerado de natureza feminina. Assim, de acordo com a tradição do Shaktismo, a deusa é suprema, pois, a realidade metafísica é feminina. Muitas deusas diferentes são adoradas pelos seguidores desta tradição, e todas as deusas diferentes são consideradas aspectos diferentes da mesma deusa suprema. Além disso, existem diferentes sub-tradições da tradição do Shaktismo e são baseadas na devoção à deusa em particular. Particularmente importantes são duas escolas de práticas," Srikula" que é proeminente no sul da Índia, e a outra é "Kalikula" encontrado no norte e no leste da Índia.

 

 

A tradição de Shaktismo de Srikula vê as deusas como benignas e belas. Por outro lado, a tradição Kalikula do Shaktismo concentra-se no aspecto colérico e feroz de uma deusa. Na verdade, na tradição Kalikula, a deusa ou devi é considerada a fonte de sabedoria e liberação. As principais divindades da tradição Kalikula são Kali, Durga, e Chandi, e outras divindades são Tara, Manasa (a deusa cobra), Bhuvaneshwari, Bhairabhi para citar apenas alguns exemplos.

 

 

No entanto, algumas divindades são adoradas em todo o subcontinente indiano, embora possam ser tratadas por nomes diferentes em diferentes estados ou comunidades. Uma dessas divindades é a Deusa Lakshmi, que simboliza fortuna, riqueza, abundância e prosperidade. Ela é a esposa do Senhor Vishnu, o Ser Supremo na tradição Vaishnavism do Hinduísmo. A Deusa Lakshmi é entendida como a shakti ou energia e, portanto, a força divina do Senhor Vishnu. A Deusa Lakshmi, também, simboliza qualidades divinas e benignas e é adorada durante o festival das luzes na Índia.

 

 

A Deusa Kali é reverenciada como a destruidora do mal, e também adorada como a Mãe Divina e a realidade final de Brahman. Ela é considerada a Protetora Divina, que fornece a liberação do ciclo de nascimento e morte. Embora sua aparência seja colérica, Kali é frequentemente considerada a mais gentil e amorosa de todas as deusas hindus e é considerada por seus devotos como a Mãe de todo o Universo.

 

 

Os importantes locais de peregrinação de "Shaktismo" são chamados de "Shakti Peetha".

 

 

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A tradição Sri Vidya Tantra se dedica à adoração da Devi, sob a forma da Deusa LalitaTripurasundari, considerada a grande Deusa, Mahadevi. Se tornou muito forte no sul da Índia, pelo menos desde o sétimo século, e hoje, é a forma predominante do Shaktismo praticado nos estados do Sul da Índia.

 

 

A família da Deusa Sri, Lakshmi, da escola Srikula, ao contrário da tradição Kalikula, outra escola do Shaktismo, incorpora a tradição bramânica, linha mestra da tradição hindu que estabelece regras extremamente puritanas e o tradicional sistema de castas, é mais forte no Sul da Índia.

 

 

O sistema Srividya é a escola mais conhecida da tradição Srikula, um dos movimentos teologicamente mais influentes e sofisticados do Tantrismo Shakta.

 

 

Seu principal emblema é o Sri Chakra, a mais famosa imagem de todas as tradições tântricas hindus.

 

 

Sua literatura e prática é, talvez, a mais sistemática do que qualquer outra seita Shakta.

 

 

Srividya percebe a Deusa na forma benevolente (saumya) e bela (saundarya), em contraste à percepção da Deusa Kali e Durga como na escola Kalikula.

 

 

No entanto, cada aspecto da Deusa é identificado como Lalita.

 

 

O Sri Chakra é cultuado como a forma sutil de Lalita, quer como um diagrama bidimensional, por vezes construído, temporariamente, como parte do culto ritual; ou como uma gravura permanente em metal, ou em forma piramidal em três dimensões conhecido como Sri Meru.

 

 

Não é raro encontrar um Sri Chakra ou um Sri Meru em templos do sul da Índia, porque - como os atuais praticantes afirmam - não existe qualquer dúvida se esta é a mais elevada forma da Devi, e que 6 algumas das práticas podem ser feitas abertamente.

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As tradições (paramparas) do Srividya podem ser ainda subdivididas em duas correntes, a Kaula, vamamarga, prática heterodoxa e a Samaya, dakshinamarga, prática ortodoxa. A escola Kaula ou Kaulachara apareceu como um sistema ritual coerente, no século oitavo, na Índia central, e seu maior proponente é o filósofo Bhaskararaya do século 18, que é considerado, o maior expoente da filosofia Shakta.

 

 

O sistema Samaya ou Samayacharya com raízes nas obras de Lakshmidhara, um comentador do século 16, que foi um feroz defensor do puritanismo na reforma das práticas Tântricas de maneira a harmonizá-la com as normas da alta casta dos brâmanes.

 

Muitos praticantes do Samaya, na realidade, não se consideram Shaktas ou tântricos, contudo, tecnicamente, em seu culto ambas ainda persistem, apesar da rejeição dos Samayins.

 

Fora dos círculos brâmanicos, as linhagens do Kaula permanecem vivas e fortes, entretanto seus praticantes geralmente preferem o culto privado, como diz um ditado hindu, "Quando em público, é um Vaishnava. Quando entre amigos, é uma Shaiva. Mas, em privado, sempre é um Shakta."